A hipertensão arterial é uma doença crónica que afeta quase 25% da população adulta mundial, ou seja, um em cada quatro indivíduos.
A força ou a pressão com que o sangue é bombeado pelo seu coração varia de momento para momento: quando estamos de pé, deitados, ou a comer, variando de acordo com as ações do nosso dia-a-dia. Varia inclusive com as estações do ano e à medida que envelhecemos. É por este motivo que quando vai medir a sua tensão arterial obtém frequentemente valores diferentes! Isto é absolutamente normal, e não quer dizer que a tensão foi mal medida ou que o aparelho usado não esteja a funcionar bem!
A tensão arterial é mais elevada quando o coração bombeia o sangue e diminui quando o coração relaxa entre batimentos. Assim se explica a existência de um valor máximo e de um mínimo. Imagine que o seu médico lhe diz que tem a tensão arterial a "12/8": a forma mais correta será dizer que tem 120 mmHg (milímetros de mercúrio) de tensão sistólica (máxima) e 80 mmHg de tensão diastólica (mínima). A forma como geralmente é representada é 120/80 mmHg.
Hoje em dia aceita-se como valor normal da tensão arterial até aos 129/84 mmHg, definindo-se como valor normal-alto até 139/89 mmHg. A hipertensão nos adultos é uma doença caracterizada por valores de tensão arterial superiores a 140/90 mmHg.
A tensão arterial deve ser reduzida para valores abaixo dos 140/90 mmHg, ou ainda mais baixos, desde que o doente tolere. No caso de ser diabético, ou já ter tido um acidente vascular cerebral, um enfarte do miocárdio, ser insuficiente renal ou ter perda de proteínas na urina (proteinúria), a sua tensão arterial deve ser mais baixa do que os 130/80 mmHg.
Na maior parte dos casos, a causa da hipertensão arterial é desconhecida, e classifica-se como "primária" ou "essencial". Em apenas alguns casos (menos de 10%), a hipertensão tem causas identificáveis, tais como doenças dos rins ou das artérias renais, algumas doenças endócrinas (da glândula supra-renal ou da tiróide), ou a utilização de alguns fármacos. Neste caso falamos em hipertensão arterial secundária, que tem de ter um tratamento especial e que por vezes tem cura.
Mas, claro que certas circunstâncias podem aumentar a probabilidade de ter hipertensão arterial. Estas são conhecidas como fatores de risco. Existem fatores modificáveis e não modificáveis: tal como o nome indica, podemos fazer algo para alterar os primeiros, mas os segundos são condições inalteráveis, como é o caso da predisposição hereditária (familiares com hipertensão), idade avançada, raça negra ou sexo masculino. Claro que, se já tivermos esta predisposição para sermos hipertensos, se fornecermos ao nosso organismo outros fatores de risco modificáveis, vamos antecipar e agravar o aparecimento da hipertensão: excesso de sal e gorduras, consumo de pouca fruta fresca e vegetais, excesso de peso, ausência de exercício físico, consumo de álcool e tabaco em excesso aumentam o risco de hipertensão!
Na maioria dos casos a hipertensão não produz sintomas pelo que o doente pode não perceber que tem a doença. Em alguns casos, quando a tensão arterial sobe para valores significativos, pode causar sintomas como tonturas, visão enevoada, dor de cabeça, confusão, sonolência e falta de ar.
Se a tensão do nosso sangue for continuadamente alta, as nossas artérias adoecem, tornam-se rígidas, e no seu interior formam-se placas de gordura, a chamada aterosclerose. Como se percebe, o sangue vai passar com dificuldade por estas artérias "entupidas" até as células do coração, originando a angina de peito, ou até mesmo o enfarte do miocárdio (a parte muscular do coração). Se as artérias se rompem ou não conduzem o sangue até às células do cérebro, surgem as hemorragias e as tromboses cerebrais (AIT- acidente isquémico transitório; AVC- acidente vascular cerebral). Mas este efeito do aumento da tensão pode sentir-se em todas as artérias do nosso corpo: rins, olhos (retina), artéria aorta (aneurismas) e nos membros inferiores.
A única maneira de saber se é ou não hipertenso é através da medição da tensão arterial, que é rápida e indolor. É bom hábito medir a tensão arterial de forma regular e registar os valores num papel para mostrar ao seu médico. Uma única medição acima dos 140/90 mmHG indica que a tensão está alta naquele momento, mas não é suficiente para diagnosticar hipertensão. Para este diagnóstico, é normalmente necessário repetir a medição em diferentes circunstâncias e durante determinado período de tempo, que o seu médico determinará caso a caso. É ainda possível que o seu médico lhe peça um exame designado por MAPA (monitorização ambulatória da tensão arterial), que serve para registar a tensão arterial ao longo de 24 horas, e assim determinar se é ou não hipertenso, já que muitos doentes apresentam valores muito elevados de tensão arterial no consultório médico, sem que sejam hipertensos - a chamada "hipertensão da bata branca".
Para manter a tensão arterial dentro dos valores normais, é importante adotar um estilo de vida saudável; quando as mudanças de estilo de vida não permitem por si só baixar os valores da tensão arterial, o seu médico irá associar a essas medidas a medicação mais adequada ao seu caso.
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