Asma

A asma é uma doença respiratória heterogénea, caracterizada por inflamação crónica e obstrução variável das vias aéreas. É definida por sintomas como falta de ar, pieira e tosse que podem variar em intensidade ao longo do tempo.

Em Portugal estima-se que existam cerca de 700.000 asmáticos.

Segundo dados da OMS, atualmente cerca de 300 milhões de doentes sofrem de asma em todo o mundo e espera-se que até 2025 este valor aumente para 400 milhões. Esta doença está associada a uma reduzida qualidade de vida de pessoas de todas as idades e de todas as partes do mundo. Estima-se que mais de 1000 pessoas morrem diariamente por asma.

Apesar das terapêuticas farmacológicas instituídas muitos doentes não aderem totalmente aos tratamentos, razão pela qual existem muitos doentes com asma não controlada globalmente.

Estima-se que apenas 57% dos asmáticos tenham a sua doença controlada, ou seja, cerca de 300.000 portugueses necessitam de melhor intervenção para o controlo da doença.

Que fatores ambientais estão associados à Asma?

A Asma está associada a inflamação crónica e hiperreactividade brônquica a estímulos diretos e indiretos. Existem vários fatores ambientais que podem causar esta hiperreactividade, como por exemplo:

  • Alergénios - ácaros domésticos, pêlo de animais, baratas, pólene;
  • irritantes ocupacionais;
  • fumo de tabaco;
  • poluição ambiental;
  • infecções respiratórias;
  • exercício, emoções fortes;
  • irritantes químicos e medicamentos (tais como aspirina e beta-bloqueadores).

 

Quais são os sintomas mais comuns e quando ocorrem?

Os sintomas característicos de asma (tosse, pieira, opressão torácica e falta de ar) tem tendência a agravar à noite ou de manhã, apresentam variabilidade na intensidade e no tempo e tendem a aumentar com infeções víricas concomitantes. Podem ocorrer eventos agudos caracterizados pelo aumento destes sintomas respiratórios num curto espaço temporal, chamados de agudizações.

 

Existe cura para a Asma?

Não existe, atualmente, forma de reverter as alterações das vias aéreas, ou seja, não existe cura para a Asma. O tratamento da Asma centra-se na redução dos sintomas, melhoria da função pulmonar e prevenção de agudizações. Para isso, em muitos doentes a terapêutica deve ser administrada diariamente

O cumprimento de forma rigorosa do tratamento instituído é crucial para reduzir os sintomas, melhorar função pulmonar e prevenir agudizações. Só assim é possível diminuir a progressão da asma e melhorar a qualidade de vida do doente.

 

Que fármacos são usados para o tratamento de asma?

Os fármacos principais utilizados para o tratamento da asma são broncodilatadores e corticosteroides. Os broncodilatadores são fármacos que relaxam o musculo liso brônquico, reduzindo o estreitamento do calibre da via aérea e os corticosteroides são fármacos com poder anti-inflamatório que reduzem a inflamação dos brônquios, diminuindo a produção de muco e libertação de mediadores inflamatórios.

 

Como é feito o diagnóstico de Asma?

O diagnóstico de asma é essencialmente feito através da história clínica do doente. Esta avaliação consta em relatar os sintomas, as situações em que estes ocorrem, os fatores que os desencadeiam, bem como se existe história familiar da doença. Se a história clínica não for suficiente para se chegar ao diagnóstico é possível recorrer a espirometria- método de estudo da função respiratória que permite avaliar o volume de ar expirado que pode ser mobilizado por um doente durante um curto período de tempo- bem como outros meios complementares de diagnóstico.

A asma pode ter um impacto significativo na qualidade de vida dos doentes e pode ser uma causa importante de absentismo escolar e laboral. Embora não haja cura para a asma, esta doença pode ser tratada e controlada, permitindo que a maioria das pessoas leve uma vida produtiva e ativa.

Para o alívio sintomático e controlo da asma é importante que o doente cumpra a medicação rigorosamente de acordo com a indicação médica.

 

1. Sa-Sousa A, et al. Prevalence of asthma in Portugal – the Portuguese national asthma survey. Clin Transl Allergy. 2012;2(1):15.
2. 15º Relatório do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias 2022. https://ondr2022.fundacaoportuguesadopulmao.org/ Consultado em março 2023
3. Sa-Sousa et al. Clinical and Translational Allergy 2012, 2:15; Programa nacional para as doenças respiratórias 2012 – 2016
4. Global Asthma Report. Disponível em: http://globalasthmareport.org/ (consultado em dezembro 2023) 5. GINA 2023 Report. Disponível em: https://ginasthma.org/2023-gina-main-report/ (consultado em dezembro 2023)