A artrite reumatóide é uma doença inflamatória crónica prevalente em cerca de 1% da população mundial. Atualmente, afeta cerca de 40 mil portugueses. A doença é 2 a 3 vezes mais frequente nas mulheres do que nos homens, e tem um pico de incidência entre os 35 e 50 anos. Caracteriza-se pela inflamação e destruição progressiva das articulações, afetando drasticamente a capacidade funcional do indivíduo com forte impacto na sua vida familiar e social.
Vários fatores genéticos e ambientais têm sido associados a um risco aumentado de artrite reumatóide (AR). Destes, as associações mais fortes foram observadas com o sexo feminino, uma história familiar de AR, o fator genético do 'epítopo compartilhado' e a exposição ao tabaco. Existem igualmente dados publicados sobre a importância da inflamação da mucosa e dos fatores microbianos no desenvolvimento da AR.1
A artrite reumatóide é uma doença auto-imune, ou seja, o organismo produz anticorpos contra as suas próprias células e tecidos, o que conduz a uma auto-agressão. Na artrite reumatóide, os complexos resultantes da junção destes anticorpos com as proteínas indevidamente reconhecidas, depositam-se na membrana sinovial das articulações, desencadeando a inflamação. A agressão continuada da membrana sinovial faz com que perca a elasticidade natural, tornando-se mais rígida e espessa, conduzindo a um processo inflamatório crónico designado por sinovite. Esta inflamação, além da dor, rubor e aumento da temperatura local, acaba por comprometer a própria mobilidade da articulação.
A doença afeta várias articulações, principalmente as pequenas articulações das mãos e dos pulsos, de forma simétrica. O padrão de envolvimento das articulações varia de indivíduo para indivíduo. As articulações inflamadas são, em geral, dolorosas e ficam com frequência rígidas, sobretudo de manhã ou depois de um período de inatividade prolongado. Em alguns doentes a artrite reumatóide pode provocar uma inflamação nos vasos sanguíneos (vasculite), nas membranas que envolvem os pulmões (pleurite) ou no invólucro do coração (pericardite).
Sendo a Artrite Reumática uma doença progressiva não benigna, é importante o diagnóstico precoce. O tratamento deve ser rapidamente iniciado para retardar a progressão da doença.
O diagnóstico da Artrite Reumatóide baseia-se nos sintomas clínicos e em exames laboratoriais, tais como o Factor Reumatóide. Contudo, o Factor Reumatóide não é especifico para esta patologia, podendo estar presente em idosos saudáveis ou em doenças auto-imunes e infecciosas.
A Artrite Reumatóide é uma doença de difícil tratamento. O tratamento inclui medidas não farmacológicas e farmacológicas. As medidas não farmacológicas incluem o repouso, que melhora os sintomas, podendo ser um componente importante do programa terapêutico total; o exercício planeado e a fisioterapia contribuem para a prevenção de deformidades e a manutenção da massa muscular.
A terapêutica a instituir vai variar de acordo com o grau de actividade e gravidade da doença.
A artrite reumatóide deve ser sempre avaliada por um médico especialista: o reumatologista. Porém, o acompanhamento da doença é multidisciplinar, envolvendo outros profissionais da área da saúde como fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos e cirurgiões ortopédicos.
1. Deane KD, et al. Genetic and environmental risk factors for rheumatoid arthritis. Best Pract Res Clin Rheumatol. 2017 Feb; 31(1): 3–18.
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